Cefaleia noturna
Cefaleia noturna
A cefaleia noturna pode já estar presente antes de adormecer e pode dever-se a muitos fatores: stress, fadiga física e psicológica extrema, um jantar de difícil digestão, bebida em excesso, uma cefaleia do tipo tensão que surgiu durante o dia e que ainda não está resolvida.
Mas há uma forma específica de cefaleia noturna que surge apenas depois de a pessoa ter adormecido e provoca um terrível despertar: como se houvesse um despertador a tocar dentro da cabeça. Esta variante de cefaleia noturna, oficialmente incluída na classificação da International Headache Society (IHS) apenas em 2004, designa-se "cefaleia hípnica" e é considerada uma cefaleia primária, ou seja, não é devida nem está associada a outros fatores externos ou doenças identificáveis.
Características da cefaleia “hípnica” noturna
A cefaleia “hípnica” noturna consiste numa dor de cabeça típica dos adultos e idosos. De uma forma geral, manifesta-se pela primeira vez depois dos 50 anos de idade (contudo, é possível que haja casos de início precoce) e, tal como outras formas de cefaleias noturnas ou diurnas, tende a afetar maioritariamente as mulheres (em cerca de 70% dos casos). A dor persistente/forte pode afetar os dois lados da cabeça, mas mais frequentemente afeta apenas um (67% dos casos), quase sempre o mesmo lado.
De uma forma geral, depois do despertar após algumas horas de sono, esta forma de cefaleia noturna persiste durantes períodos que variam entre os 30 minutos e as três horas, raramente ultrapassando as quatro horas. A intensidade é quase sempre moderada (45% dos casos) ou grave (aproximadamente 30% dos casos), mas geralmente não há presença de outros sinais ou sintomas. Apenas uma em cada cinco pessoas poderá apresentar também náuseas.
A cefaleia “hípnica” noturna pode afetar negativamente a qualidade de vida das pessoas, pois as crises apresentam uma recorrência frequente, em média 10 a 15 noites por mês. Isto significa que, para além das horas de dor recorrentes, esta cefaleia noturna está também associada a uma significativa privação de sono, com tudo o que acarreta em termos de fadiga residual durante o dia, declínio do desempenho físico e intelectual, tensão, irritabilidade e perturbação do estado de ânimo.
As causas da cefaleia “hípnica” noturna são atualmente desconhecidas. A hipótese predominante defende que está de alguma forma relacionada com os movimentos oculares rápidos que ocorrem durante o sono REM (a fase de sono profundo em que se sonha) ou que é devida a uma perturbação do relógio biológico. Uma alternativa alega que a cefaleia “hípnica” noturna é uma espécie de evolução da enxaqueca, pois muitas pessoas sofrem destes dois tipos de cefaleia de forma sucessiva (enxaqueca na juventude e cefaleia “hípnica” noturna depois dos 50 anos).
Como tratar a cefaleia noturna
Se a cefaleia noturna corresponder a dores de cabeça já presentes antes de ir para a cama, o tratamento sintomático da crise dolorosa com um analgésico não opioide, como o Arginato de Ibuprofeno (Spidifen EF), ou ácido acetilsalicílico ou paracetamol, é normalmente a solução mais simples, mais eficaz e mais testada, mas aconselha-se precaução para que não se verifique um uso abusivo.
Se, ao contrário, a cefaleia noturna corresponder a uma cefaleia “hípnica” noturna, a estratégia muda, pois o aparecimento da crise durante sono impede que o medicamento sintomático possa ser tomado antes da consolidação da dor. Além disso, a recorrência frequente dos episódios requer um tratamento profilático, que tem de ser identificado por especialista em cefaleias.
Importa referir que, atualmente, não há uma terapêutica bem definida para a cefaleia “hípnica” noturna. Os fármacos que poderão ser propostos pelo médico para prevenir as crises são o lítio, a indometacina, a flunarizina e alguns fármacos antiepiléticos, e devem ser escolhidos em função das características individuais e da resposta da pessoa em causa.
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